Quinta-feira, 25 de Outubro de 2007

Kafka à beira-mar, Haruki Murakami

 

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      Sinopse do romance pela Webom:

      "Kafka à Beira-Mar narra as aventuras (e desventuras) de duas estranhas personagens, cujas vidas, correndo lado a lado ao longo do romance, acabarão por revelar-se repletas de enigmas e carregadas de mistério. São elas Kafka Tamura, que foge de casa aos 15 anos, perseguido pela sombra da negra profecia que um dia lhe foi lançada pelo pai, e de Nakata, um homem já idoso que nunca recupera de um estranho acidente de que foi vítima quando jovem, que tem dedicado boa parte da sua vida a uma causa -procurar gatos desaparecidos.
Neste romance os gatos conversam com pessoas, do céu cai peixe, um chulo faz-se acompanhar de uma prostituta que cita Hegel e uma floresta abriga soldados que não sabem o que é envelhecer desde os dias da Segunda Guerra Mundial. Assiste-se, ainda, a uma morte brutal, só que tanto a identidade da vítima como a do assassino permanecerão um mistério.
      Trata-se, no caso, de uma clássica (e extravagante) história de demanda e, simultaneamente, de uma arrojada exploração de tabus, só possível graças ao enorme talento de um dos maiores contadores de histórias do nosso tempo."

..

.

      Este é um daqueles livros que, embora extenso, se lê muito rápido. À medida que o lemos queremos conhecer mais e mais sobre o curioso percurso dos dois protagonistas. Ambos seguem, por instinto, e de forma paralela, um destino pré-estabelecido. As duas histórias chegam a tocar-se, a cruzar-se mesmo, sem, no entanto, chegarmos a estabelecer uma relação lógica entre as duas. Aliás qualquer uma delas descreve o irreal de uma forma quase real. Parece-me ser esse o trunfo deste autor, um dos escritores japoneses contemporâneos mais divulgados em todo o mundo. Fiquei interessada em conhecer as suas outras obras!

                           .

      Nota curiosa: A tradução portuguesa está recheada de Expressões idiomáticas muitas delas tipicamente portuguesas como "gastar o latim" ou "cair o Carmo e a Trindade", as quais só fazem sentido no universo da Língua Portuguesa. Encontrei neste livro, entre dezenas destas expressões que são do conhecimento comum, algumas que não conhecia e cujo sentido se retira pelo contexto. São elas: "Andar por aí aos caixotes" - andar sem destino, sem orientação; "Voltar à vaca fria" - voltar ao assunto inicial; "Cozinheiro de truz" - um cozinheiro excelente; "Há que malhar enquanto o ferro está quente" - há que aproveitar a oportunidade; fazer algo "sem espinhas" - sem problemas, sem entraves.

publicado por Cris às 22:13
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6 comentários:
De canochinha a 25 de Outubro de 2007 às 23:22
Cris, li o Kafka há pouco tempo e adorei! É uma história estranha, mas que se entranha, como dizia o Fernando Pessoa :)
Também reparei nessa história das expressões... curioso. E gostei igualmente das notas de tradução que nos permitiram saber mais qualquer coisa da cultura japonesa.
De Cris a 25 de Outubro de 2007 às 23:58
Tens razão: as notas de tradução transmitem-nos, de forma bastante explícita, algumas características da cultura japonesa. Ajudam mesmo a compreender melhor determinadas atitudes das personagens!
De Hindy a 26 de Outubro de 2007 às 17:02
Tenho um apelo urgentíssimo no meu cantinho. Por favor passa por lá.

Beijinho hindyado
De Nucha a 12 de Abril de 2008 às 18:29
Recomendo "Sputnik meu amor", também do mesmo autor!!!
De Fernanda a 9 de Junho de 2008 às 22:47
Nucha, corrigindo: o certo é Minha querida Sputnik ou Sputnik sweetheart.

E realmente é um dos melhores do Murakami.
De Reader a 25 de Novembro de 2009 às 11:16
Cara Fernanda,

"Sputnik, meu amor", tal como a autora deste blog escreveu, está correcto. É o título do livro traduzido para protuguês e a mesma expressão é usada pelas personagens principais durante o enredo.

Gostei bastante de "Sputnuk, meu amor", no entanto, "Kafka à beira-mar" e "Crónica do Pássaro de Corda" são os melhores livros de Murakami (por esta ordem), na minha opinião.

Sou completamente viciado e fã de Haruki Murakami. Sempre que sai um livro dele, vou a correr comprá-lo.
Além disso, pelas críticas que li, as traduções do original em japonês, para português, são muito boas. A mim também me parecem (mesmo não tendo lido o original, nem sequer percebendo japonês) e essas alusões à cultura japonesa que alguém mencionou no rol destes comentários, é um dos pormenores que cativam o leitor.

Poderia ficar horas a falar sobre os livros de H. Murakami.

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